Eu era apenas uma miúda quando te conheci, a cabeça cheia de sonhos e a ingenuidade própria de quem acha que pode mudar o mundo. Não mudei o mundo, mas o meu mundo mudou ao cruzar-me contigo.
A porta estava destrancada, só tiveste que empurrá-la um pouco para te fazeres anunciar. Passaste por acaso (ou talvez não), mas nas minhas convicções mais profundas, tu chegaste porque te esperava (sim, porque havia muito que te chamava, mesmo sem saber quem eras). Sempre fui muito (...)
Noutros tempos, uma mulher sofria um desgosto de amor e oficializava o seu estado de solteirice fechando-se num convento, a rezar e a procurar consolo nos braços imaginários de um Deus que tudo perdoa, fugindo assim ao estatuto de solteirona. Hoje em dia, continua no mercado como material em segunda mão à espera de uma nova oportunidade para sonhar e ser feliz ao lado de alguém.
Acerca da capacidade de uma pessoa voltar a apaixonar-se depois de enfrentar a realidade a (...)
Porque me ensinaste que o amor é livre, aprendi a amar-te na ausência e na distânca; a amar-te sem te ter para mim...
Às vezes reencontro-te na brisa que vem do mar, no sol que poisa na minha pele. Ainda na outra noite saltaste do meu copo para um olhar qualquer, um olhar perdido, tão penetrante como indecifrável. Vi-te assim, galante e bem parecido e a barba impecávelmente feita. Meti os dedos no teu cabelo e reparei que eras, de facto, tu! Aproximei-me dos teus lábios para te (...)
Ser feliz no amor é o sonho de muitos, senão de todos. Quando não se é feliz no amor acabamos por nos transformar em pessoas emocionalmente solitárias, independentemente do nosso estado civil. É-se solitário quando não se tem ao lado, alguém que seja cúmplice da nossa vida, com quem se partilhe não só o dia-a-dia mas também os anseios, as expectativas, os projectos, as preocupações, tudo.
Um pouco por culpa da nossa herança cultural e em parte também devido à nossa (...)
Esta preciosidade veio parar-me às mãos e eu seria egoísta se não a partilhasse convosco. Com algumas pequenas adaptações feitas por mim, aqui está o que é (para que conste e não restem dúvidas):
“Se ele estiver interessado, ele liga
É isso mesmo! Quando um homem está mesmo interessado, não existem projectos importantes, morte da tia ou filas de trânsito que o impeçam de te convidar para sair!
Passou-se uma semana e não tens notícias dele?
Esquece! Parte para outra! (...)
A primeira vez que uma pessoa sofre uma desilusão de amor, a primeira vez que uma pessoa é rejeitada e sente o duro golpe do abandono, fica atordoada... não sabe muito bem o que a atingiu, apenas se sente ferida e a sangrar... Atrás do golpe, as dúvidas: que fiz eu? O que deveria ter feito? Será que não sou suficientemente boa ou bom?
Com o tempo, muito tempo depois, a pessoa quase recupera, mas carrega consigo o machado que a atingiu e percebe que é uma arma demasiado pesada. (...)
Desengane-se quem julga que aqui vem ler confissões reveladoras sobre o meu presente. Normalmente, só consigo expor cá para fora as coisas sérias que acontecem comigo após um razoável distanciamento temporal e circunstancial, em tudo à semelhança do que se passa com todas as pessoas que têm um ex nas suas vidas. Um ex só nos dá o devido valor quando percebe que nos perdeu. Não sei se é o mesmo com toda a gente, mas pelo menos comigo é assim.
Ainda ontem fui surpreendida (...)
Para si Divorciada, o meu contributo sociológico, para a temática divórcio, de um ex-casado, separado, pré-divorciado e futuro divorciado.
"- Como e porquê chegaram ao divórcio"
Sinceramente não sei, aconteceu porque tinha de acontecer, porque sim.
"- Quais as principais dificuldades encontradas no período pós-divórcio"
Solidão nos 2 primeiros meses, falta da companheira que fez um percurso comigo de 22 anos, 12 dos quais casados, e principalmente (...)
Tenho um amigo, o Miguel, que tem uma teoria, no mínimo, curiosa acerca dos relacionamentos amorosos: acha ele que os relacionamentos são como os empregos. A primeira vez que o ouvi dizer tal coisa, fiquei um bocadinho de pé atrás e quase que chocada com tamanha frieza de espírito, mas não o contradisse; fiquei a ouvir, muito atentamente, as razões que poderiam tê-lo levado àquela ideia aparentemente absurda mas, no fim, surpreendi-me a concordar com ele. Pelo menos parcialmente…
Ia eu, toda esbaforida, a sair do Centro de Saúde quando me cruzo com um gentil cavalheiro (e giro, por sinal!) que se afasta, no passeio, para me dar passagem. E eu a avançar, toda decidida, que o dia estava quase no fim e urgia voltar ao trabalho.
Mal acabo de passar, ouço, num tom irónico:
“- Obrigada!?”
Olho para trás e vejo o indignadíssimo homem especado a olhar para mim (foi quando reparei que era giro! ehe). Senti-me, de facto, envergonhadíssima e, na altura, (...)