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Diário de uma divorciada

Diário de uma divorciada

Divórcio: fuga ou alternativa?

 

A leitura das estatísticas pode levar, pelo menos quem está de fora, a encarar o divórcio como um fenómeno banal, uma medida moderna usada como resposta automática a qualquer crise conjugal. Espero sinceramente que esta seja uma leitura errada.
Não sou defensora do casamento a qualquer custo, pelo contrário, considero que não faz sentido, especialmente nos dias que correm, as pessoas viverem infelizes seja sob que pretexto for. Não obstante, ainda acredito na família como um núcleo importante de sobrevivência que deve ser alimentado e consolidado. É importante que se perceba que nem sempre o divórcio é a melhor solução.
Quando uma relação conjugal não vai bem, são vários os sinais de alerta: a rotina, a acomodação, a intolerância relativa à convivência com os familiares do outro membro do casal, os problemas com a educação dos filhos, as questões do dinheiro, a questão da realização pessoal, etc. É preciso estar atento a todos os sintomas de “doença” de uma relação e agir sobre eles. A negligência relativamente aos mesmos e a atitude de “deixa andar” conduzirá a um crescente mal-estar pessoal que despoletará uma crise no seio do casal, embora as crises matrimoniais não sejam, necessariamente, más, elas também servem para colocar em cima da mesa um problema que tem que ser resolvido e ultrapassado a dois, de uma forma madura e responsável, sob pena de contaminar irremediavelmente a relação e conduzi-la à inevitável rotura nem sempre desejada.
Há muitas ferramentas a que deitar mão quando o alerta é dado, o diálogo ainda é a melhor de todas, mas podem tentar-se outras alternativas como a terapia de casal ou o combate da rotina através de actividades sociais conjuntas. Problemas concretos exigem respostas igualmente concretas.  Muitas pessoas divorciam-se por motivos que não conseguem identificar com clareza: quantas vezes uma pessoa não sente que tem tudo para ser feliz, que o outro é o marido/mulher ideal e mesmo assim sente que não está bem? Há problemas que residem na própria pessoa e não no casal em si. Seja como for, qualquer problema tem que ser, em primeiro lugar, bem questionado e bem compreendido para que possa ser resolvido, a dois ou individualmente.
Um divórcio é uma questão séria, uma hipótese que deve ser bem ponderada. Os divórcios compulsivos devem ser evitados a todo o custo, pois podem levar ao arrependimento e a uma frustração ainda mais difícil de gerir que a existente enquanto membro pertencente a um casal. Atenção porque é muito comum as expectativas irrealistas que conduziram aocasamento serem transpostas para a ideia de divórcio. Sim, é possível ser-se feliz sozinho e sim, quem sabe.. Mas desengane-se quem acredita que pedir o divórcio é garantir um lugar no paraíso porque do lado de cá da fronteira as coisas também não são fáceis.
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