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Diário de uma divorciada

Diário de uma divorciada

Estamos de Parabéns!

O Diário de uma divorciada está quase a completar um ano de existência.
E porque este cantinho não é apenas meu mas também vosso, gostaria de lançar-vos um desafio para comemorarmos, juntos, este primeiro aniversário do blog.
Então é o seguinte: o Diário de uma divorciada decidiu dedicar todo o mês de Março aos seus leitores e amigos, criando uma rubrica chamada “TESTEMUNHOS”.
A ideia é que cada um dos divorciados e divorciadas que acompanham o blog (não só divorciados, mas também para os que estão a passar ou já passaram por uma relação complicada) envie o seu contributo contando a sua história ou a de alguém que conheçam, para ser publicada, individualmente. Cada história deverá ser o mais resumida possível de forma a caber num “post”. Para vos ajudar na tarefa, sugiro-vos que abordem questões como as que se seguem:
-  Como e porquê chegaram ao divórcio
- Quais as principais dificuldades encontradas no período pós-divórcio
- Como se sentem hoje
- Como encaram o futuro
Os testemunhos deverão ser enviados por mail para a.leandro@sapo.pt e irão sendo publicados por ordem de chegada ao ritmo de não mais do que um por dia.
O Diário de uma divorciada compromete-se a preservar a vossa identidade (não serão publicados quaisquer contactos pessoais) e caso pretendam, poderão usar mesmo um pseudónimo ou descrever a vossa experiência na terceira pessoa. Para quem não tem muito jeito para a escrita, também não há problema: tratarei de fazer os arranjos necessários, antes de cada publicação (obviamente respeitando sempre o conteúdo de cada história).
Todos os comentários aos testemunhos estão sujeitos a moderação, pelo que tudo o que seja considerado ofensivo, destrutivo ou que não se enquadre no espírito deste blog não será publicado.
E, portanto, era isto (estou muitíssimo entusiasmada e desejosa de vos conhecer melhor!).
Vá lá, partilhem as vossas experiências e dêem o vosso contributo para o enriquecimento do blog e de todos os que o acompanham. Tenham coragem e mostrem que a divorciada de serviço, afinal, não está sozinha!
Toca a teclar, que o Diário é todo vosso...
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Divórcio: Litigioso ou Amigável?

Obviamente, somos todos civilizados e todos preferimos resolver os nossos problemas de forma pacífica. Acontece que quando se trata de um divórcio, a questão prende-se mais com a urgência de ver tudo resolvido do que com o civismo propriamente dito, pelo que é preciso usar da cautela, sobretudo quando há filhos em jogo.

 
Deixo aqui uma advertência especial às mulheres (já que são elas que, por norma, ficam com o poder paternal): cuidado com aquilo que assinam!
 
Os pontos mais importantes a constar num acordo escrito são:
  1. O destino a dar à habitação da família
  2. O valor fixo da pensão de alimentos que o pai terá que pagar-vos, por cada filho
  3. O regime de visitas do pai à(s) criança(s)
É de toda a conveniência a consulta de um advogado, pois tudo deve ficar estipulado de forma clara e precisa, já que é com base neste documento que poderão, mais tarde, se necessário, recorrer à justiça por alegado incumprimento. Os dois até podem dar-se lindamente até ao resto da vida, mas como ninguém adivinha o futuro, o melhor é precaverem-se.
Uma boa parte dos homens que se divorcia (e peço desculpa às excepções, que eu bem sei que as há) é muito bem intencionada até ir à sua vidinha e o seu papel parental ficar enterrado com o passado.
 
Sabiam que, por exemplo, se relativamente às visitas do pai, for acordado pelos dois progenitores que esta será em fins de semana alternados (o que, na prática, significa duas visitas mensais), o tribunal não tem meio de obrigar o pai a fazê-lo mais vezes, ainda que por manifesta conveniência da criança?
 
E sabiam que no caso de concordarem com uma pensão de alimentos que mais tarde venha a revelar-se insuficiente, terão que recorrer aos tribunais fazendo prova dessa insuficiência? Atendendo aos atrasos judiciais, verão, com muita sorte, a pensão aumentada ao fim de decorridos uns três anos.
 
Quanto a um eventual imóvel conjunto, ainda que acordem a venda do mesmo, esta pode não ser realizada dentro do prazo previsto, o que pode implicar uma invasão à vossa privacidade caso continuem a habitar lá.
No caso de não haver um consenso quanto aos principais pontos do chamado “Acordo Amigável”, é sempre preferível partir para o litígio ou fazer uso de um serviço público chamado Mediação Familiar.
 
Vale tudo menos hipotecar o vosso futuro e o futuro dos vossos filhos.

 

 

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Como os empregos

Tenho um amigo, o Miguel, que tem uma teoria, no mínimo, curiosa acerca dos relacionamentos amorosos: acha ele que os relacionamentos são como os empregos. A primeira vez que o ouvi dizer tal coisa, fiquei um bocadinho de pé atrás e quase que chocada com tamanha frieza de espírito, mas não o contradisse; fiquei a ouvir, muito atentamente, as razões que poderiam tê-lo levado àquela ideia aparentemente absurda mas, no fim, surpreendi-me a concordar com ele. Pelo menos parcialmente…
 
O Miguel é um tipo cheio de jogo; vivido e "bom vivant"; tem carradas de charme e mulheres atrás dele, mas parece que não há meio de se decidir. Sim, porque não somos só nós que ficamos mais selectivas com a experiência, o problema do Miguel é que passa todo o tempo a "seleccionar".

Resumidamente, a ideia será mais ou menos assim: quando alguém se prepara para uma primeira entrevista profissional, veste-se a preceito e busca argumentar o mais favoravelmente possível de forma a tentar convencer o seu eventual empregador. Se conseguir o lugar, é deitar mãos à obra e avançar para uma carreira que, se acredita, de sucesso. De início, a pessoa vai mostrar-se o mais aplicada possível, pois está entusiasmada perante a nova perspectiva e, por isso, dá o litro para ser premiada pelo seu valor. Se passado algum tempo, não for promovida nem reconhecida, a insatisfação e a rotina começam a ganhar terreno e vai gerar-se a insatisfação. A partir deste ponto, só há duas coisas a fazer: ou se acomoda, porque afinal, os empregos estão difíceis e ali até já se está com razoáveis condições, ou parte em busca de uma nova oportunidade, seja numa empresa que lhe proporcione melhores condições, seja por conta própria.
 
Ora, quando uma pessoa se prepara para um primeiro encontro, havendo química e se o outro lhe agradar, tudo acontece quase exactamente da mesma forma: tenta-se de tudo para impressionar e, no caso de se ser aceite dá-se o enlace. Mais tarde, passada a euforia da novidade, se a relação se tornar morna e rotineira, vem a desilusão e daí à ruptura é apenas uma questão de conformismo (ou não).
 
Ora, nós sabemos que uma vida a dois não se resume exactamente a isto, que muitas das decisões que se tomam em relação a uma outra pessoa, são movidas por emoções nem sempre controláveis pelas leis da probabilidade ou da razão, mas o grande ensinamento que se pode retirar desta ideia é que não devemos nunca acomodar-nos às circunstâncias, mas antes procurar, todos os dias, surpreender e inovar, premiar e reconhecer o esforço do outro para que o entusiasmo inicial nunca se perca e o desencanto não se instale, levando-nos a procurar novas oportunidades ou a ficar apenas por ficar.
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Distracções

Ia eu, toda esbaforida, a sair do Centro de Saúde quando me cruzo com um gentil cavalheiro (e giro, por sinal!) que se afasta, no passeio, para me dar passagem. E eu a avançar, toda decidida, que o dia estava quase no fim e urgia voltar ao trabalho.
Mal acabo de passar, ouço, num tom irónico:
“- Obrigada!?”
Olho para trás e vejo o indignadíssimo homem especado a olhar para mim (foi quando reparei que era giro! ehe). Senti-me, de facto, envergonhadíssima e, na altura, achei que ir lá e pedir-lhe desculpas (e já agora ver mais de perto), era o mínimo…
 “- Obrigada, tem toda a razão! Sabe, eu vinha justamente a pensar na falta de polimento de algumas pessoas, como os funcionários ali do Centro de Saúde…”
Pela cara apalermada (mas ainda assim giríssima) dele, acho que ainda é capaz de ter-se sentido mais constrangido do que eu me sentira momentos antes (não sei porquê, estava só a ser bem educada, ora!).
Ando com umas “tácticas” muito à frente. Ai, ando, ando! Pena é não conseguir levá-las até ao fim, já que logo a seguir, virei as costas e fui à minha vida que ainda tinha muito que fazer no escritório.
Ficou-me a dúvida: e se acaso se tratasse do tal (sim…?), do esperado (como…?), do prometido… (vá, lá, desembucha!). Pronto, está bem: do príncipe encantado!?
 Pois nunca vou saber, mas, também não faz mal, as lendas devem manter-se no lugar a que pertencem.
Pelo sim, pelo não, não tinha perdido nada em perguntar-lhe, assim de uma forma discreta, como quem não quer a coisa:
“Olhe, desculpe, onde é que estacionou o cavalo?”
Se fosse o gajo, tenho a certeza que se descaía.
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Coisas simples

Estava a tentar domar o teimoso remoinho do meu cabelo quando dei por mim a sorrir ao espelho ao lembrar-me do Paulinho Pacheco. O Paulinho Pacheco foi o meu primeiro (e talvez o único) verdadeiro amor. Faz parte das minhas mais remotas memórias. Tinha eu por aí uns cinco e ele uns quatro aninhos…
O Paulinho era tímido e chorava por tudo e por nada, mas comigo sentia-se em segurança. Eu ficava muito séria a olhar para ele sempre que o via fazer beicinho e ele logo interrompia o pranto para desatar às gargalhadas até se engasgar com soluços. À hora das refeições, a sua avó implorava-me sempre para ficar junto dele, pois só assim conseguia fazê-lo comer alguma coisa: “Olha o passarinho… “ – dizia-lhe eu a cada colherada – “e pum, tá morto!” – Depois íamos brincar: ele, muito amoroso, no seu fatinho de malha cor de tijolo e espingarda de plástico pendurada ao ombro e eu de saia às preguinhas e meias pelo joelho; sempre os dois de mão dada, ele hesitante e apreensivo e eu a puxá-lo e a encorajá-lo para irmos explorar o grande e admirável mundo que era o nosso quarteirão. E lá seguíamos, juntos, com o deslumbramento de dois astronautas num planeta desconhecido.
Qualquer coisa nos deixava o coração aos pulos: o som das cegonhas que, na Primavera, pousavam na chaminé do casarão amarelo; os ovos no pequeno ninho da árvore, no quintal grande da tia Custódia, que todos os dias íamos espreitar para tentar ver os passarinhos nascer, e até o carro preto do Manulito que serviu de quadro quando, com uma pedra, eu lhe mostrei, feliz e orgulhosa, que já sabia escrever o meu nome.
De quando em vez, ele detinha-me a meio de uma caminhada e surpreendia-me com um beijinho sonoro e inesperado na bochecha. A seguir corava e ria-se do remoinho do meu cabelo. E eu fingia que me zangava e fazia cara de amuada para, logo a seguir, o ver a correr para mim, aflito, a pedir-me desculpa: “Vamos brincar?” - E eu, cedia, feliz, depressa me esquecendo do defeituoso pormenor do meu cabelo.
Por vezes prendemo-nos a coisas tão miúdas e sem importância que nem damos pelo mundo e a vida que passa mesmo ali ao lado, com tudo o que de simples e surpreendente continua a ter, ainda, para nos mostrar.
 
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Sentimentos móveis e um imóvel

O Carlos quer mudar de vida. Está casado há treze anos mas as coisas já correm mal há pelo menos seis. Na verdade, já há imenso tempo que o ouço a queixar-se: que a mulher é insuportável, que está sempre a deitá-lo abaixo (os chamados maus tratos psicológicos, estão a ver?) e a quem ele até já perdoou duas infidelidades. Resultado: acabou por conhecer, há pouco tempo, uma loura incrível, solteira e boa rapariga por quem está completamente apaixonado. A vontade que tem, diz ele, é divorciar-se imediatamente e mandar tudo à fava para refazer a sua vida ao lado daquela que diz ter a certeza ser a mulher com que sempre sonhou. Até aqui, tudo bem. Mas (e há sempre um mas) estas coisas nem sempre são fáceis: o que fazer à casa ricamente mobilada que construiu com o seu dinheiro mas onde se encontra a viver com a sua (ainda) actual esposa? E para onde ir viver com a loura que lhe deu a volta aos pirolitos?
Querido e amado Carlos, tudo na vida tem solução.
Como sabes, o país está a atravessar uma grave crise imobiliária e há construtores que estão, como se costuma dizer, “com a corda na garganta” e dispostos a aceitar qualquer tipo de proposta. Então, porque não tirar proveito da conjuntura?
A ideia é a seguinte:  procura a casa para onde gostarias de levar a mulher da tua vida e propõe uma permuta do imóvel que te pertence, por direito, com recheio incluído. TODO o recheio, entendido!? Só te digo uma coisa: se o negócio pegar, não só ficas livre para amar sem remorsos como ainda és capaz de estar a contribuir para inovar dois sectores: o do imobiliário e o dos casamentos defuntos.
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Eu, aprendiz

- É difícil viver sem um relacionamento amoroso?
- É uma questão de hábito. Mais difícil do que viver sem um relacionamento amoroso é resistir a relacionamentos-remendo.
- E o que são relacionamentos-remendo?
- São aqueles relacionamentos que as pessoas aceitam apenas para não estarem sós.
- Depois de uma ou mais relações fracassadas, deixa-se de acreditar no amor romântico?
- Não necessariamente; desde que se compreenda que nem as relações nem as pessoas são iguais…
- É possível uma pessoa ser feliz na solidão?
- Se a solidão for sentida, é difícil, mas a solidão sentida pode existir mesmo com uma companhia ao lado; se for uma solidão de circunstância como no caso de uma pessoa que se divorciou, pode até ser positiva porque nos ensina outros valores.
- Que outros valores?
- Por exemplo aprender a gostar de nós próprios, independentemente de se ter ali alguém a alimentar-nos o ego.
- É verdade que as pessoas quanto mais tempo estão sozinhas mais frias e insensíveis ficam?
- Isso é um mito. O facto das pessoas serem queridas e atenciosas para com os outros tem que ver com a sua própria maneira de ser e com a forma como se sentem com elas mesmas. É claro que se uma pessoa não se aceitar como é ou estiver zangada com o mundo por causa de algo que lhe aconteceu, tende a ser mais agressiva e fria, mas os motivos são diversos.
- O que é que há de diferente entre o amor aos 16 e o amor aos 36?
- O amor aos dezasseis é uma tempestade que arranca tudo por onde passa, aos 36, o amor é mais uma brisa que refresca e apazigua.
- E a paixão?
- A paixão, essa é sempre igual. A única diferença é que aos dezasseis, apaixonamo-nos mais frequente e facilmente.
- Existem relações perfeitas?
- Nem relações perfeitas, nem pessoas perfeitas. O que existe são pessoas que encaixam melhor que outras.
- É verdade que o amor tem várias formas?
- Na sua demonstração, o amor pode ter infinitas formas.
- E qual será a forma perfeita do amor?
- Será o sentir porque sim, o sentir desinteressado e incondicional. Normalmente, numa relação amorosa, o sentido de posse e/ou obrigação acaba por matar o amor.
- Isso prova que o amor pode não ser eterno?
- Isso prova que nem a própria eternidade dura para sempre, pelo que, há que cuidá-la para que dure o máximo tempo possível, o que até pode ser uma vida inteira, não sei...
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Sic Estratégia: O novo canal de televisão?

Para quem assistiu ontem à noite ao jornal da SIC à espera de ver uma reportagem acerca do  “Diário de uma divorciada”, certamente ficou desapontado. Na verdade, não só não passou qualquer reportagem como não houve sequer uma única palavra acerca do assunto.
Já alguma vez se sentiram ridicularizados? Pois devo dizer-vos que a sensação não é muito agradável.
Então estou eu aqui no meu cantinho (embora, curiosamente, com o blog em destaque na homepage do sapo), recebo o convite para uma reportagem acerca do “Diário de uma divorciada” que iria, garantidamente, passar no jornal da noite da SIC no dia 14 de Fevereiro; abro as portas da minha casa, disponibilizo o meu precioso tempo, exponho a minha intimidade, respondo a perguntas de ordem pessoal, sou filmada e gravada durante mais de uma hora, publicito o jornal da noite do dia de São Valentim (que por acaso passaria à mesma hora do jogo do Benfica na RTP1!) no blog e agora a única recompensa que tenho é um pedido de desculpas por telefone por parte da senhora jornalista que me entrevistou, Amélia Moura Ramos (e apenas porque fui eu a ligar-lhe tentando perceber o que se tinha passado)!?
Então, mas afinal que palhaçada vem a ser esta????
Mais do que desapontada, sinto-me lesada; usada e completamente desrespeitada!
Tinha ideia que a SIC era um canal sério e profissional, pelo menos tanto como foi a TVI aquando da minha passagem pelo programa “As tardes da Júlia”, mas parece que, afinal, é só fogo-de-artifício, onde o que conta são as audiências e onde vale tudo para as conseguir inclusive usar o bom nome e credibilidade das pessoas!
Onde estão as minhas imagens e para que fim serão utilizadas? – Estou à espera de uma resposta, por escrito, da parte do referido canal de televisão a esta e outras questões. Julgo que é o mínimo perante tamanho desrespeito por mim, pelo “Diário de uma divorciada” e por todas as pessoas que o acompanham.
Aguardemos, então…
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Feliz dia dos divorciados!

O título deste post é só para enganar ou talvez não.
 
Ok, a culpa é do comércio. Por muito que se tente, é impossível ficar-se indiferente a tantos corações, e postais, e ursinhos ridículos. Tudo feito à medida dos amorosos casais. A nós, os outros, só nos restam duas opções: ou fechamos os olhos e esperamos depressa que este dia passe, porque “afinal, é um dia igual aos outros” ou entramos no jogo e aproveitamos também para celebrar.
 
Ah, pois! Quem foi que disse que apenas quem está “in love” pode celebrar o amor? Tanto quanto se saiba, não existe nenhuma lei escrita a dizer quem pode ou não participar na festa. A própria felicidade é uma menina (tinha que ser!) solteira e nem por isso fica de fora.
 
Acredito que muitos casais entrem nesta onda de romantismo apenas porque cai bem ou pelo dever de colaborar com o socialmente imposto, mas acredito, igualmente, que alguns vivam “mesmo” este dia e aproveitem para festejar a verdadeira paixão. Todos nós já passamos por isso ou estamos a passar.
 
Já muito te teorizou acerca da paixão e do que é estar-se apaixonado. Eu mesma cheguei a achar que a maturidade e a paixão seriam incompatíveis, pelo menos até a minha amiga Elizabete, que por acaso até é psicóloga e que, talvez por isso, tem a mania de nos pôr a pensar, me bichanar que existem muitíssimas pessoas que se apaixonam no alto dos seus cinquenta, sessenta e até mais anos. Portanto, minhas queridas amigas e amigos, para quem sonha estar de novo apaixonado, nem tudo está perdido, pois quem sabe o que a terceira idade nos reserva. Sentir novamente o coração a pulsar forte só de ouvir aquela voz trémula, andar com os pés nas nuvens e com um sorriso pateta no rosto que não se consegue disfarçar... Já imaginaram!? E com o bónus acrescido de não provocar inveja ou irritação a ninguém porque “coitados, estão senis, é da idade” – Ai, não!
 
O São Valentim celebra o nobre sentimento e só fica indiferente a ele quem já morreu para a vida e (caramba!) eu ainda estou viva! Só por isso, este ano, decidi não deixar este dia passar-me ao lado; resolvi que alguém haverá de bater-me à porta e fazer-me uma entrega: vou encomendar um menu especial para dividir com a minha filha, o meu gato e, quiçá, um amigo ou amiga “desprogramado/a” que apareça cá por casa. Porque o amor tem muitas formas, mas as velas deste jantar especial vão arder em forma de coração, aromatizadas com cheirinho a hoje e a amanhã. Não faltará também o champanhe, um autêntico francês, para brindar...olhem, à Vida!
 
Feliz dia dos namorados e (porque não?) dos divorciados, solitários, independentes e afins!
 
Um brinde à paixão e a todos os amores (aos que passaram e aos que estão para vir)!
 
E um brinde especial à doce e lúcida loucura do nosso livre arbítrio!
 
 
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Um São Valentim, digamos... especial

Para quem não tem um jantar romântico marcado para o próximo dia 14 de Fevereiro, dia dos namorados, fica aqui uma sugestão: Vejam o "Jornal da Noite" na SIC, o "Diário de uma divorciada" vai passar por lá e, claro, eu serei a sua porta-voz!

 

E tudo graças ao meu querido Sapo!! Obrigada, sapinho!

-  "Queres casar comigo?"

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