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Diário de uma divorciada

Diário de uma divorciada

A Melhor Idade

Mais um aninho se passou para mim.
Ninguém gosta de fazer anos durante a semana. Não dá muito jeito, mas tal não foi impeditivo para que alguns amigos me preparassem a festa: houve chapeuzinhos de papel e apitos, bolo e champanhe, fotos e música e tudo a que tenho direito. A minha filha e uma sobrinha encheram uns balões e obrigaram toda a gente a inscrever neles uma dedicatória.
Agora, o mais engraçado de tudo foi o apagar das velas. Não sei como nem porquê, o pasteleiro trocou os números e em vez de um três e um seis, apaguei um seis e um nove. Galhofa total!!! A começar desta forma a nova idade, isto promete, sim senhor...
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Amigas Para Sempre

Encontrei uma amiga que já não via há muito tempo. Lanchamos juntas, falamos um pouco das nossas vidas e, às páginas tantas, ela vira-se para mim e diz-me que estou diferente, que estou mais fria e distante e aconselhou-me a olhar bem para dentro de mim, pois aquela Ana emotiva e sentimental que ela conhecera ainda deveria existir algures…
É curioso porque o tempo passa e não nos apercebemos do que ele vai fazendo por nós a nível psicológico. Para mim é tudo uma questão de evolução, é assim que vejo os meus momentos. Seria bom conservar a ingenuidade característica da adolescência, seria bom lançar-me à vida com as expectativas próprias de quem ainda não sabe como é que é, mas seria, igualmente, muito inadequado e irresponsável, se não impossível.
Mudamos sempre e achamos que para melhor (eu, por exemplo, tenho muito maior amor-próprio agora do que quando tinha 15 anos) e essa mudança é natural, faz parte, é uma questão de sobrevivência. O homem também se adaptou através dos tempos e só assim foi possível evoluir.
 Acontece com os amigos o mesmo que se passa com os amores: alimentamo-nos muitas vezes das suas recordações e inspiramo-nos muitas vezes nessas memórias para nos irmos aguentando;  lembramos aqueles que nos foram queridos tal como eles eram no momento em que, por uma qualquer razão, deixaram de ser uma presença assídua no nosso quotidiano. Longe deles, vamos construindo o nosso caminho, fazendo face às adversidades, sorrindo a cada conquista e recebendo as circunstâncias como se o mundo apenas tivesse continuado a existir para nós e apenas em nós produzisse efeitos e alterações e eles, esses outros que já fizeram parte da nossa vivência prática, lá tivessem permanecido completamente imutáveis, no exacto local onde os deixamos.
Numa coisa, esta minha amiga tem razão: “a amizade é um amor que nunca morre”. Contudo, tanto um como outro, para que se mantenham, têm que compreender e aceitar as mudanças ou perde-se a sintonia e arriscamo-nos a viver num passado onde nos mantemos prisioneiros e tudo o resto deixa de fazer sentido.
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O Programa da Júlia

Bem, então aqui estou eu hoje para vos contar a minha aventura televisiva.
Tenho a assinalar 2 decepções:
1ª ) As pessoas na TV parecem mais gordas!!!! (é verdade, para que uma pessoa ostente uma figura magra tem que ser o mais parecida possível com um palito – incluindo a falta de formas – eram assim todas as ninas da TV que por ali andavam).
2ª) Não consegui aproveitar o tempo de antena para publicitar o meu blog, pois a senhora que estava a meu lado nunca mais se calava (oh, minha senhora, com todo o respeito, mas nós não temos nada a ver com as suas doenças venéreas!! – Santa paciência…).
Enfim, eu confesso que nem conhecia o programa e tinha uma ideia completamente diferente do mesmo. Por outro lado, o tema era unicamente centrado no próprio casamento e o que é que levara as convidadas a tomar a decisão do divórcio, o que me fez sentir que o essencial ficou por dizer. De qualquer forma, valeu a experiência, quanto mais não seja por ter conhecido pessoas bastante simpáticas e divertidas, incluindo a Júlia que é uma excelente profissional!
Obrigada, TVI!
P.S.: Brevemente espero disponibilizar-vos aqui um link para assistirem ao programa no Youtube.
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Divórcio - A Iniciativa Feminina

Na próxima segunda-feira, dia 26/11, o programa da TVI “As Tardes da Júlia”, que será emitido entre as 14 e as 17 horas, vai abordar o tema do divórcio numa perspectiva feminina. Basicamente, contará com histórias de mulheres que decidiram dar o primeiro passo para se divorciarem. Eu vou lá estar para contribuir com o meu testemunho. Se puderem, acompanhem, pois promete ser interessante!
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Invernando

Ontem comprei um saco de água quente para a cama do meu gato com o formato de um peixe. Fiquei a pensar: será que não vendem por aí algum género de boneco térmico tamanho gigante, tipo um urso de pijama ou coisa assim!?… é que as noites estão a ficar tãããão frias!!
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Mais Vale Só...

Palpita-me que descobri a razão pela qual o meu último namorado se afastou. O homem tinha a irritante mania de desconfiar de mim. Desconfiava por tudo e por nada. Queria sempre saber onde é que eu estava e com quem, a que horas chegava a casa (“quando chegares, dá-me um toque para o telemóvel para eu não ficar preocupado” – pois, pois!).
É pá, se há coisa que me incomodam é que andem a investigar-me a existência ou que desconfiem de mim, e desde sempre me mostrei desconfortável com o seu hábito de tentar controlar-me, advertindo-o que aquela sua estúpida mania iria acabar com a relação, mas ele preferia ignorar as minhas queixas e lá continuava.
A pior que o dito me fez foi “cuscar-me” as chamadas no telemóvel. Ah, não meu menino!! Isso já é um abuso dos grandes!!... E eis que, a partir desse momento, decidi deixar-me de conversas e passar aos actos. Fiz o seguinte: na agenda telefónica, associado ao seu número, escrevi “namorado 1” e legendei o número de um grande amigo meu (que por acaso até é gay, mas ele não sabia)  como “namorado 2” (toma!!). Deve ter sido aí que o senhor resolveu pôr-se a milhas, imagino que a pensar que as suas suspeitas tinham fundamentos e que eu era, realmente, uma grande cabra! Acertaste, queridinho! Para a próxima arranja uma já domesticada!!:p
Ufffff!!! De volta à liberdade (parte 2 e meia)...
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"O Segredo" a Custo Zero

Parem tudo!!
Há uma mulher, divorciada (coincidências...) que publicou um livro intitulado “O Segredo”. A autora chama-se Rhonda Byrne e o livro pode ver-se agora à venda no nosso país na Fnac e nos grandes hipermercados. É uma obra que já vendeu milhões de exemplares e arrastou milhares de fiéis seguidores. Até o nosso país de brandos costumes está a aderir a esta febre, quanto mais não seja pela curiosidade acerca dos testemunhos a que a comunicação social vem dando destaque.
Afinal, que Segredo é esse de que tanto se fala?
Eu diria que é, muito provavelmente, o livro de auto-ajuda mais sintetizado que alguma vez foi escrito. É poderoso, quase tão poderoso como o “Conversas com Deus” de Donald Walsh, mas talvez mais fácil de assimilar.
O tema não é novo, o que muda é o seu conceito metafórico original. Trata-se de uma abordagem diferente de “Deus” – Perceber que Deus afinal é a força que une a mente das pessoas (que a autora denomina “lei da Atracção”), e, em última instância, que “Deus” é a nossa própria força nivelada pela capacidade que temos de acreditar, confiar ou ter fé em nós mesmos (optimismo).
No mundo ocidental, a velhinha religião católica há muito que está em crise e as alternativas com que nos deparamos acabam por funcionar como um novo marketing de ideias que iludem as mentes mais susceptíveis ao mesmo tempo que alguns “iluminados” vão aproveitando para extorquir dinheiro das pessoas. Ora, as pessoas não são parvas, além de que estão a ficar cada vez mais despertas e esclarecidas (e também cada vez mais cépticas) mas ainda assim, há quem não se importe de substituir o dízimo ou a esmola aos pobres por um livro que promete mudar as suas vidas.
Ora, o verdadeiro “segredo” vive dentro de todos nós. Quando é que ele se nos revela!? Normalmente após batermos bem no fundo e conseguirmos (milagre!!!) alcançar novamente a superfície, lançando-lhe um novo olhar. Ou seja, voltarmo-nos para dentro de nós mesmos e acreditar que somos capazes. Eu acredito. Nem sempre foi assim mas garanto-vos que resulta. Afinal…
HÁ VIDA DEPOIS DO FIM DO MUNDO (E NÃO É NADA MÁ!)!;))
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Coisas do Tempo

Fim de semana para estar só… bem, é uma maneira de falar.
O livro na mesa ao lado do sofá e o comando da televisão em frente, o gato a ronronar aos meus pés e eu sem saber a que jogar a mão. Só tenho três quartos de hora para chegar a casa da Sara. O melhor é ir-me arranjar.
A Sara está histérica porque descobriu (oh, céus!!!) um pêlo púbico branco!!
 - um quê!?? AhAhAhAh!! Conta lá isso melhor! – pergunto-lhe (havia tempos que não me ria tanto).
- Não gozes! Estava a fazer a depilação e reparei… Já não me bastava as rugas aos cantos dos olhos e ter o rabo enooorme – faz uma expressão de desgraçadinha que só visto.
- Exagerada! Olha, depila-te toda ou então experimenta usar uma coloração suave… assim até ficas a parecer loura natural.
A bem dizer, eu apenas tento animá-la, mas parece que não está a resultar. Quem diria!? A Sara que é uma mulher super interessante, gira, alta, altiva… está com medo de envelhecer. E eu a pensar que só na adolescência havia lugar para crises existenciais.
- Olha, despacha-te lá, que hoje o encontro é com o São Martinho. Não dramatizes!
A minha alma sempre foi assim um misto de velha e criança. Na verdade, acho que vou manter-me neste estádio. Porque me dá jeito e porque não tenho espaço para mais preocupações. Já me chega o lufa-lufa dos dias, o correr para alcançar as horas. Afinal, são tudo sinais do tempo que passa por mim sempre tão apressado que não me deixa tempo para pensar que já passou. Provavelmente, vai chegar um momento em que vou olhar-me ao espelho e achar que estou a ficar gasta e então vai ser uma guerra. Não sei. Por enquanto, tudo o que quero é aproveitar todos os segundos.
E quanto à Sara, amanhã já se esqueceu do incidente e o branquinho passou à história como apenas mais um intruso na sua vida.
Carpe Diem!
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Mar de Memórias

Remexer no passado é quase como nadar em seco.
Não gosto de remexer no passado, mas há marés na vida em que temos mesmo de o enfrentar, quanto mais não seja porque o passado é o único mapa que temos disponível para nos situarmos. O amanhã? O amanhã pode ser brisa ou tempestade. O futuro é o hoje e o agora; aquilo que se constrói neste momento.
Sempre dei as braçadas e os passos que achei serem os correctos num determinado contexto, por isso, raramente me arrependo do que “ficou para trás”.
Eras aquilo que eu julgava que fosses: o marido perfeito. Calmo, inteligente, certinho, trabalhador e mais uns quantos atributos que eu tinha como suficientes para construir a minha arca de Noé. Escolhi a nossa casa, os nossos móveis, o nome da nossa filha… Nas épocas especiais, arranjava programas românticos a dois, decorava a árvore e a mesa para receber os familiares de ambos os lados todas as noites de Natal e festejava sempre os teus aniversários ainda que me dissesses que não ligavas a “essas coisas”.
É verdade que eu tinha um casamento que, aos olhos de quem estava de fora, era o casamento ideal: um marido gentil que me fazia todas as vontades. O que quem estava de fora não sabia era que tu próprio não tinhas uma vontade e por isso era-te mais fácil deixares-te guiar. Assim, se as coisas algum dia dessem para o torto, como acabou por acontecer, sempre podias lavar dali as tuas mãos (que foi, aliás, o que virias a fazer). E o que quem estava de fora também não sabia era que eu poderia parecer ter tudo para ser feliz mas que, afinal, não tinha nada porque me faltava o básico: o teu esforço ou, pelo menos, o teu carinho e reconhecimento.
Quando se rema apenas para um lado, começa-se a andar em círculos e não se sai do mesmo sítio. E então, só nos restam duas alternativas: ou desistimos de remar e nos deixamos ir à deriva ou abandonamos o barco.
Não compreendo que, ainda hoje, não aceites o facto de eu ter decidido fazer-me ao mar em busca de terra firme. É que, afinal, não te afundaste e até arranjaste uma bóia a que te agarrar. E eu desejo, muito sinceramente, que mantenhas o rumo nessa tua nova vida. Mas sabes, a felicidade é uma rota que temos que tomar por nós próprios. Outras pessoas podem servir-nos de bússola mas somos NÓS que temos que enxergar o farol.
Eu continuo perto do mar. De vez em quando, a maré traz-me destroços do passado e também alguns troncos ocos que eu vou aproveitando para construir a minha canoa. Está quase pronta e, a nossa filha, já a ensinei a remar.
Vou contar-te um segredo: não fora por ser mãe, eu jamais me lembraria que sou, apenas e também, mais uma divorciada.
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Técnicas de Caça

Ok. Estar-se sozinha, ser-se independente e desenrascada é óptimo e recomenda-se, mas tal não significa propriamente que uma pessoa queira deixar-se apodrecer na árvore, tipo laranja azeda, enquanto outras se vão transformando em doces compotas.
A questão é que enquanto adolescentes, os namoros surgem de forma quase sempre espontânea, basta para isso fazermos parte de um grupo. A partir dos trinta, é mais complicado. A maioria das nossas amigas estão quase todas casadas e não lhes sobra muito tempo para nós. Por outro lado, é a nossa falta de disponibilidade e jeito para conhecer novas pessoas, seja porque não sabemos muito bem onde procurar seja pela dificuldade da abordagem.
Ora bem, a não ser que invistamos toda a nossa fé no rapaz das pizzas, fecharmo-nos em casa, por norma não resolve.
Eis pois algumas dicas práticas que podem ser aplicadas no dia-a-dia de qualquer comum mortal que mesmo não garantindo uma eficácia a 100%, não são conhecidas quaisquer contra indicações. E quem não arrisca…
-  No Hipermercado é fazer uma ronda à zona de acessórios auto ou de bebidas. Às vezes andam por lá uns tipos interessantes e solitários. Basta apenas uma aproximação, como quem não quer a coisa, seguida de um pedido de opinião sobre um daqueles artigos. Não falha!
- Arranjar um cão para ir passear aos locais onde habitualmente passeiam outros canídeos, acompanhados, como é óbvio, dos respectivos donos. É aconselhável ler um daqueles manuais acerca de raças para haver um tema de conversa inicial.
-  Ir até à praia e “abancar” perto de um tipo giro que esteja sozinho com uma criança (normalmente é divorciado) e, à primeira oportunidade, meter conversa com o petiz.
-  Levar uma criança a um parque infantil. Os miúdos são muito dados e nem demoram cinco minutos para fazer um novo amigo. Com alguma sorte, a outra criança pode lá estar com o pai que por sinal é bom como o milho e está sozinho como nós.
- Clubes de vídeo e bibliotecas: avista-se a “presa” com um filme ou livro na mão e pede-se um parecer técnico acerca do assunto (os afagos ao ego são os mais eficazes – hehe)
- O ginásio também é uma boa coutada. Não há solitário que se preze que não passe pela fase do ginásio. E dá para se ficar ali a olhar descaradamente sob o pretexto de estarmos “só”a ver como a máquina funciona.
Muito importante: não deixar de frequentar a casa dos amigos de sempre, pois ainda que estejam casados, não deixam de ter primos, irmãos, cunhados e até outros amigos.
Assim, de repente, não me ocorre mais nada, mas se quiserem contribuir, estejam à vontade, quanto mais não seja, pela universalidade da causa.
Boas caçadas!
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