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O amor murcha, adormece, torna-se moribundo. Um dia morre e a sua semente lançada no solo das emoções passadas, torna-se infértil.
O tempo tudo muda: saudades tornam-se medos e o medo dá lugar ao esquecimento. O esquecimento é cobarde; o esquecimento é uma incapacidade psíquica de voltar atrás.
Há dias dei de caras com um ex-amor assolapado.
Fiquei ali a reparar nos traços do seu rosto e a absorver o passado…
Foi estranho ver aquele quadro estático a tentar sintonia algures na memória. O sorriso era o mesmo de há alguns anos, mas o olhar desmentia a magia de outrora: nem um pingo de mistério, nem uma migalha de doçura. Tudo se esfumou com o passar lento das horas.
O máximo que se pode esperar de um amor antigo não é que renasça das cinzas mas, quiçá, num outro rosto mais adequado ao presente como uma velha fábula adaptada.
O que já não é pouco para quem tinha deixado de acreditar...