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Diário de uma divorciada

Diário de uma divorciada

Rica Vida!

Deixei-me de dar satisfações a tudo e a todos pelos meus actos. O gato, desde que tenha comida e areia limpa, não reclama. Se fumo até secar o cérebro, se chego tarde a casa ou se estou duas horas na banheira, o problema é meu e só meu que ele não se mete em assuntos que não lhe dizem respeito.
 
Estar só tem as suas vantagens:
- Posso ler pela noite dentro sem ter que ouvir: “apaga a luz!”
- Posso dormir tapada até aos cabelos que ninguém reclama do calor!
- Uma almofada vazia não ressona!
- A tampa da sanita está sempre no lugar!
- Ninguém tem ciúmes dos meus inúmeros amigos!
- Tenho mais espaço na cama, no roupeiro, etc..
- Ninguém controla o tempo que estou ao telefone!
-Deixei de ter de explicar porque preciso de dois pares de sandálias da mesma cor!
- Não aturo maus humores matinais (só os meus)!
- Posso sair quando quero, para onde quero e com quem bem me apetece!
- Tenho o monopólio do comando da televisão!
 
E melhor, muito melhor que tudo:
 
Quando o mundo lá fora me chama, só tenho que convencer a amiga mais próxima a tomar conta de um bichano muito doce e carinhoso.
 
“Livin’ La vida Loca!”
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Águas Passadas...

O amor murcha, adormece, torna-se moribundo. Um dia morre e a sua semente lançada no solo das emoções passadas, torna-se infértil.

O tempo tudo muda: saudades tornam-se medos e o medo dá lugar ao esquecimento. O esquecimento é cobarde; o esquecimento é uma incapacidade psíquica de voltar atrás.

 

Há dias dei de caras com um ex-amor assolapado.

Fiquei ali a reparar nos traços do seu rosto e a absorver o passado…

Foi estranho ver aquele quadro estático a tentar sintonia algures na memória. O sorriso era o mesmo de há alguns anos, mas o olhar desmentia a magia de outrora: nem um pingo de mistério, nem uma migalha de doçura. Tudo se esfumou com o passar lento das horas.

 

O máximo que se pode esperar de um amor antigo não é que renasça das cinzas mas, quiçá, num outro rosto mais adequado ao presente como uma velha fábula adaptada.

 

O que já não é pouco para quem tinha deixado de acreditar...

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